quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Forte o suficiente

Era uma coisa assustadora, essa sensação de que um buraco havia sido construído no meu peito, fazendo meus órgãos vitais pararem de funcionar e deixando-os em trapos, com cortes não curados nas beiradas que continuavam doendo e sangrando mesmo com a passagem do tempo. Racionalmente, eu sabia que meus pulmões deviam estar intactos, mas mesmo assim eu lutava por ar e minha cabeça rodava como se os meus esforços não me levassem a nada. Meu coração devia estar batendo também, mas eu não conseguia ouvir o barulho da pulsação nos meus ouvidos; minhas mãos pareciam azuis de frio. Me curvei, abraçando minhas costelas pra me manter junta. Procurei pela minha torpência, minha negação, mas elas tinham me abandonado. E mesmo assim, eu achava que podia sobreviver. Eu estava alerta, sentia a dor – a dor da perda que irradiava do meu peito, mandando ondas de dor pelos meus órgãos e minha cabeça – mas era suportável. Eu podia sobreviver. Não senti que a dor tinha diminuído com o tempo, mas eu tinha ficado forte o suficiente para suportá-la.
Trecho do livro Lua Nova, de Stephenie Meyer (Série Crepúsculo).

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