quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A ansiedade de ser feliz

Caminhando na rua percebo ansiedade estampada no rosto das pessoas. É como se algo faltasse. Mas, o que falta? Olho para o céu e, ao ver o vôo tranqüilo de uma andorinha, percebo... Falta leveza, felicidade.

Onde está a felicidade? Quem guarda o segredo deste tesouro? É possível que exista pessoa que não deseje ser feliz?

No silêncio, no barulho, no corre-corre e engarrafamento da cidade, na calmaria do campo ouço: você precisa ser feliz! Seja feliz! Agora! Já!

Não adianta, somos pássaros de vôo pesado, estamos condicionados à correria, à comida rápida, às portas automáticas. E esse imediatismo faz com que, muitas vezes, a felicidade seja como uma tirana, e o nosso tempo o seu aguilhão.

A felicidade não padece de ansiedade e nem mesmo usa relógio.

Com uma calmaria invejável, a andorinha flutua no céu alaranjado. A pequena ave não se importa com o tempo e segue adiante com a leveza invisível do ar. Seria a leveza o segredo da felicidade?

A felicidade está na simplicidade das coisas, na leveza de um sorriso. Não se cobre tanto, não crie tantas expectativas e não espere a felicidade. Siga adiante e esqueça o tempo, as horas. Seja paciente como quem espera uma carta, não um e-mail. Respire fundo. De dentro para fora: desacelere. Não faça da felicidade seu algoz. 

Psiu, não conte a ninguém, mas um passarinho me confidenciou que, só consegue ser feliz quem se liberta da felicidade.
A ansiedade de ser feliz, de Francesca Martins.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ervilhas

Não sentia fome, mas devia sentar-se a mesa como mandava o costume. Instintivamente fitava o prato evitando o olhar inquisitivo da mulher. O silêncio vazio do matrimonio indesejado o atormentava todavia, calmamente, espetava com o garfo as ervilhas frias levando-as aos lábios rachados. Ervilhas frias. Frias como Emília. Ela era virgem, ele era homem, era seu dever, era o costume. Maldição. Não via mais o prato, via sua vida. Afinal, nunca havia sido homem suficiente para simplesmente brincar com a comida.

Ervilhas, de Francesca Martins.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Diálogo


Para Luiz Arthur Nunes

A: Você é meu companheiro.
B: Hein?
A: Você é meu companheiro, eu disse.
B: O quê?
A: Eu disse que você é meu companheiro.
B: O que é que você quer dizer com isso?
A: Eu quero dizer que você é meu companheiro. Só isso.
B: Tem alguma coisa atrás, eu sinto.
A: Não. Não tem nada. Deixa de ser paranóico.
B: Não é disso que estou falando.
A: Você está falando do quê, então?
B: Eu estou falando disso que você falou agora.
A: Ah, sei. Que eu sou teu companheiro.
B: Não, não foi assim: que eu sou teu companheiro.
A: Você também sente?
B: O quê?
A: Que você é meu companheiro?
B: Não me confunda. Tem alguma coisa atrás, eu sei.
A: Atrás do companheiro?
B: É.
A: Não.
B: Você não sente?
A: Que você é meu companheiro? Sinto, sim. Claro que eu sinto. E você, não?
B: Não. Não é isso. Não é assim.
A: Você não quer que seja isso assim?
B: Não é que eu não queira: é que não é.
A: Não me confunda, por favor, não me confunda. No começo era claro.
B: Agora não?
A: Agora sim. Você quer?
B: O quê?
A: Ser meu companheiro.
B: Ser teu companheiro?
A: É.
B: Companheiro?
A: Sim.
B: Eu não sei. Por favor não me confunda. No começo era claro. Tem alguma coisa atrás, você não vê?
A: Eu vejo. Eu quero.
B: O quê?
A: Que você seja meu companheiro.
B: Hein?
A: Eu quero que você seja meu companheiro, eu disse.
B: O quê?
A: Eu disse que eu quero que você seja meu companheiro.
B: Você disse?
A: Eu disse?
B: Não, não foi assim: eu disse.
A: O quê?
B: Você é meu companheiro.
A: Hein?
(ad infinitum)

In: ABREU, Caio Fernando. Morangos Mofados. Brasiliense: São Paulo, 1982.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu


- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também.
- Mas queria ter uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu.
Trecho do livro 'Morangos mofados', de Caio Fernando Abreu.

sábado, 26 de novembro de 2011

Beijo roubado em segredo

Quando o sol
Brincar no outono
Sentirá no meu sorriso.

E com um beijo roubado
Em segredo
Saberás que eu te admiro
Com amor...

Quando o sol
Brincar no outono
Sentirá no meu sorriso

E com um beijo roubado
Em segredo
Saberás que eu te admiro
Com amor...
Música:  Beijo Roubado Em Segredo
 Intérprete: Tatá Aeroplano

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O nome dele era Marcus

O nome dele era Marcus. Eu não costumo falar à ninguém sobre ele. Não mais. Não porque não lembre mais dele ou não sinta saudades, mas porque sinto que o encontrarei em breve e, no fundo, isso me dá medo.

Quando o céu vira breu, me visto de noite: vestido negro, saltos altos e olhos pintados. Não sou supersticiosa, mas sempre acreditei que pintar os olhos é fechar a alma. Então, de corpo e alma fechados, enfrento o medo e volto ao lugar onde tudo começou.

Nitidamente ainda vejo a porta se abrir, o modo como Marcus entrava nesse bar e como seus olhos de topázio dourado vinham direto para mim. Ele, com aquele jeito felino, me olhava nos olhos, sentava ao meu lado, tragava do meu cigarro, bebia do meu copo, pegava na minha mão e, encostando sua coxa quente na minha, dizia: vem comigo. 

O sangue ferve e eu estremeço lembrando da sensação. É um misto de desejo, alucinação e medo. Você é a razão de existir música em mim, dizia-me ele. E é por isso que venho aqui, para ouvir a música. Então peço outra dose, acendo mais um cigarro e olho para a porta esperando ele vir me buscar.

A porta prende o meu olhar. Estranho. Hoje tudo parece diferente. Devo estar embriagada. Fico entretida, perdida em pensamentos, até que alguém toca minha mão e me convida para dançar. Faz tanto tempo que eu não danço. Por que não? Pensei. Com um sorriso nos lábios pintados de carmim, levanto-me da cadeira e me deixo guiar pelo estranho até o meio do salão. Tudo se move tão rápido e eu não consigo ver o seu rosto.

Como é bom dançar. Por alguns instantes eu sou a música, transpirando melodia pelos poros, acordes em movimentos suaves, intensos. Marcus dançava tão bem. O estranho sem rosto me conduz e deixo-me levar pelo embalo suave. Sinto seus lábios tocarem minha testa e passearem pelo meu rosto. Seu hálito queima minha bochecha e eu queimo por dentro. Meu corpo o deseja e aos poucos eu me rendo. Em um movimento rápido, o estranho enlaça a minha cintura apertando-me contra seu peito e, colando sua boca no meu ouvido, sussurra: vem comigo. Estremeço.

Uma vertigem intensa me abate e o salão gira à minha volta. Suas mãos me apóiam segurando minha cintura. Aquela voz doce, forte... Marcus?! Entre lágrimas e embriaguez esforço-me para conseguir enxergar seu rosto. Marcus? Suspirei atemorizada afastando-me. Todos dançavam sem se dar conta do ocorrido, enquanto nós permanecíamos inertes no meio do salão. Vem comigo, ele repetiu estendendo-me a mão.

Minha visão embaçada por lágrimas não permitia ver o seu rosto. Poderia deixar-me guiar cegamente? Com visão turva e passos trôpegos caminhei em sua direção. Seria este o princípio ou o fim? Ainda incerta segurei a sua mão e caminhamos até a porta. Aquela abertura, um simples movimento daquele pedaço de madeira e meu destino estaria selado. Vem comigo? Ele indagou segurando minhas mãos entre as suas. Assenti com um gesto e abrimos a porta. Você é a razão de existir música em mim, sussurrei em silêncio.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sussurro [24]


Ouço o leve farfalhar de tule, sussurros perfumados de jasmim. Entre juras secretas e amores perdidos, entre ensaios e improvisos, a pequena bailarina dança no silêncio.

Francesca Martins.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O amor comeu...

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

As falas do personagem Joaquim foram extraídas da poesia "Os Três Mal-Amados", constante do livro "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas", de João Cabral de Melo Neto.

domingo, 6 de novembro de 2011

Let it burn...


Música: Set Fire To The Rain | Intérprete: Adele

Sussurro [23]


O olhar dela está vazio e no fundo ela sabe que este é um jogo perdido. Sua alma sedenta procura por amor nos lugares errados...
Francesca Martins.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Despedida

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.

A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.
"Despedida", de Rubem Braga. Conto extraído do livro "A Traição das Elegantes", Editora Sabiá – Rio de Janeiro, 1967, pág. 83.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sussurro [23]

A ternura que havia no olhar dele era perturbadora. Ela queria fugir. Ele queria amar.
Francesca Martins.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Para ser grande, sê inteiro: nada

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

'Para ser grande, sê inteiro: nada', de Ricardo Reis.

domingo, 23 de outubro de 2011

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces 
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida 
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. 
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado 
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados 
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada 
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado. 
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face 
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada 
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite 
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa 
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço 
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. 
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos 
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir 
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas 
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

"Ausência", de Vinicius de Moraes.

Guardar

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em um cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
"Guardar", de Antonio Cícero.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sussurro [22]

Noite adentro, escuridão por fora. O cigarro acaba, finda a paciência e eu já nem sei as horas. A insaciedade me devora...

Francesca Martins.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Delírios





Já tive muitos critérios.
Hoje, só vários delírios.
Itamar Assumpção. 

domingo, 16 de outubro de 2011

Medo, zelo



Tenho medo de decepcionar as pessoas, de magoá-las, de fazê-las cansarem de mim. Só queria que elas também tivessem esse medo. 
Tati Bernardi.

Solitária

Há histórias que nunca deveriam ser contadas ou mesmo lembradas. Mas existem coisas que a alma não esquece e o ato de escrever tais coisas é como despir a alma. Enquanto escrevo me percebo nu, despido aos olhos do desconhecido.

Foi em uma sexta-feira louca, de álcool e fumaça branca que te vi sentada em um canto escuro do café. Te vi e mergulhei em ti, pensando que você, como desconhecida sem nome, não me traria dores. Engano.

Ainda recordo a tua imagem, moça de aura doce, taça de vinho entre as mãos, solitária de olhos tristes. Acomodei-me na cadeira e por alguns instantes viajei em especulações, até o teu olhar encontrar o meu.

Você me fitou intensamente e como um náufrago, perdido na escuridão da noite, fiz de você ilha e abrigo. Busquei desesperadamente ler a tua alma, tentando encontrar a lâmpada do teu espírito.

Nos prendemos e suspensos no tempo deixamos transbordar o desejo de completude. Minha sede era imensa, saciei-me em tua alma e te amei naquele instante. Todavia, teu coração não estava pronto.

Delicadamente, desviando o olhar do meu, você retirou do bolso do casaco uma aliança e colocou no dedo anular. Teu coração pertencia a outro. Sem me olhar nos olhos pagou a conta e se foi, deixando a taça intocada. Meu olhar ainda busca o teu.
"Solitária", de Francesca Martins.

sábado, 15 de outubro de 2011

Meu coração te vê



Quando os meus olhos não vêem, o meu coração sente.
Francesca Martins.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sussurro [21]

Nada é como deveria ser. Eu não sou eu. Você não é você. E a luz que alumia não é da lua, é do poste. Falsa luz!
Francesca Martins.

Os sobreviventes

"...que aconteça alguma coisa bem bonita com você, ela diz, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso, este travo de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando."
Trecho do conto 'Os Sobreviventes', de Caio Fernando Abreu.

domingo, 9 de outubro de 2011

"Se não tenho fome é inútil ter queijo"



Não quero faca, nem queijo. Quero a fome.
Adélia Prado.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sussurro [20]

Madrugada friaCama vaziaEscuridão muda. Sede... Sede da tua sede.
Francesca Martins.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Antes do apagar da luz

De repente, paro a música. O silêncio invade.
Não me pergunta se quero companhia, que audácia.
Já chega me abraçando e me envolvendo, como de costume.
Rotineiro esse palhaço, não o suporto?
Contando-me mentiras, sobre saídas, portas e umbrais.
Que de fato não me levam a lugar algum.

"Antes do apagar da luz", de Pedro Xudré.

Tu és minha canção, Jesus



"Livre pra te adorar
Rasgar meu coração
E demonstrar minha paixão..."


Música: Livre Pra Te Adorar | Intérprete: David Quinlan

sábado, 17 de setembro de 2011

Não desista

Desistir não é nobre. E arduamente, não desistimos.
Caio Fernando Abreu.

Não olhava para trás

Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu.
Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sussurro [19]

Desejo o teu desejo.
Francesca Martins.

Soneto de fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

"Soneto de Fidelidade", de Vinicius de Moraes.

sábado, 10 de setembro de 2011

Piano bar


Música: Piano Bar
Intérprete/ Composição: Engenheiros do Hawaii

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Por que não?


Se a pele pede pele, então por que não dar?
Por medo de se apaixonar?
A pele não dá pra negar, não se colhe se não regar
Alguma coisa pra dizer, por que não diz?
Por medo de ficar feliz?
Se me quer por que não vem?
Se não tem meu corpo em mais ninguém
O amor é vão
O tempo é são
Nós então
Talvez, por que não?
Não dá mais pra se arrepender
Depois de se entregar e me fazer feliz
Da vida não dá pra fugir
Até quando vai resistir?
Se você quer me enlouquecer, por que razão
Perversidade ou diversão?
Por que tem sempre que não ter solução?
Me diz por que não?
O amor é vão
Para todo mundo
Para nós então, por que não vem?

Música: Por que não?
Intérprete: Arnaldo Antunes
Composição: Arnaldo Antunes e Lô Borges

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Felicidade clandestina

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Conto "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector.

O bicho

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.
"O Bicho", de Manuel Bandeira.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sussurro [18]

A boca são os olhos e nosso diálogo jamais é silencioso. Quero saber teu nome, mas emudeço diante da tua timidez.
Francesca Martins.

Nudez

Eu fervo por fora, 
eu fervo por dentro.

O som da voz preenche o silêncio, 

os cantos do quarto, a casa.

A palavra revela a nudez, 

o sangue fervendo.

Sou carne e alma.

"Nudez", de Francesca Martins.

sábado, 6 de agosto de 2011

Se você pensa



Vídeo do quarto programa "Grêmio Recreativo", exibido pela MTV, em 29 de junho de 2011.

Música: Se Você Pensa
Intérprete: China e Erasmo Carlos
Composição: Roberto Carlos e Erasmo Carlos

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sussurro [17]

Tempo. Tic. Escravos. Tac!...
É o tempo e seus aguilhões.
Francesca Martins.

domingo, 31 de julho de 2011

Sussurro [16]

O amor vai perecendo entre prantos e verdades.
Francesca Martins.

Sussurro [15]

Cama de espinhos, longas noites, espinhos envenenados de delírios... Foi assim, até a tua dose de verdade sanar a minha embriaguez.
Francesca Martins.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Na contramão do tempo

Dois corpos que falam 
o que muitas vezes 
não ousamos 
verbalizar.
Texto extraído do folder encaminhado pelo Grupo Teatro Novo, espetáculo "Na Contramão do Tempo".

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sussurro [14]

Nada é para sempre, embora tudo seja eterno.
Francesca Martins.

Sussurro [13]

O amor nos faz devotos. Devotos de fé sem igual.
Francesca Martins.

domingo, 10 de julho de 2011

Medo de se apaixonar

Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.
Crônica "Medo de se apaixonar" extraída do livro O amor esquece de começar, de Fabrício Carpinejar.

sábado, 2 de julho de 2011

Sussurro [12]

Há dias em que o silêncio grita de solidão. A ausência de sons me dá calafrios e eu ligo o rádio, buscando uma voz suave que me faça companhia. Encontro companhia, mas não completude. A verdadeira solidão é feita de vazios, incompletudes e monólogos. 

domingo, 26 de junho de 2011

Aqueles dois



Às vezes olhavam-se. E sempre sorriam.
Caio Fernando Abreu.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Você não fica bom e se aproxima de Deus


Você não fica bom e se aproxima de Deus, você se aproxima dEle, e Ele o torna bom. Aproximar-se de Deus é entrar em Sua Palavra. 

A Palavra faz o trabalho! 

Leia-A quando se sentir culpado; leia-A quando não tiver coisa alguma para receber dEla; leia-A diante do diabo e das acusações contra você; leia-A mesmo quando não estiver certo de que acredita nEla, apenas leia a Palavra!! 

A Palavra faz o trabalho! Ela lava a mente da mesma forma que o sabão lava as mãos. A Palavra é como o sabão, só é eficaz quando usada.

Tudo o que você tem é a Palavra!

O maior erro da vida não é o seu pecado, mas sua falha em deixar de ler a Palavra.

A única maneira de a Palavra poder lavar sua mente e Deus conseguir operar em sua vida é lendo-A.

O cristianismo não é difícil de viver, é impossível. O verdadeiro cristianismo é Cristo vivendo em você. É aí que está a vida de Cristo. Não o que você tenta fazer, mas o que Ele faz em você.


A Palavra não dá atenção ao seu pecado, às suas emoções ou aos seus atos. Ela simplesmente faz a obra quando você A lê.

A Palavra de Deus nunca muda; nós, sim, mudamos.

Ela não nos faz sentir culpados, nós é que imputamos a culpa a nós mesmos. Ela nos dá a direção para nossos sentimentos, hábitos, desejos e nossas necessidades. A Palavra de Deus é nossa fonte de vida e bênção.

[...]

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. [E é perfeitamente adequado para Deus fazer isso por nós, porque Cristo morreu para lavar nossos pecados]. 1 João 1.9

Quando você fizer sua parte, Deus fará a dEle. Você não pode fazer a parte de Deus, e Ele não fará a sua. A sua parte é agir mediante a Palavra de Deus e deixá-lA fazer a obra.

Edwin Louis Cole.
(Trecho extraído do prefácio do livro 'At the Altar of Sexual Idolatry', de Steve Gallagher)

Cristianismo

O cristianismo não é difícil de viver, é impossível. O verdadeiro cristianismo é Cristo vivendo em você. É aí que está a vida de Cristo. Não o que você tenta fazer, mas o que Ele faz em você.
Edwin Louis Cole. 
(Trecho extraído do prefácio do livro 'At the Altar of Sexual Idolatry', de Steve Gallagher)

sábado, 18 de junho de 2011

Love is a losing game



"For you I was a flame
Love is a losing game
Five story fire as you came
Love is a losing game

Why do I wish I never played
Oh, what a mess we made
And now the final frame
Love is a losing game..."

Música: Love is a losing game 
Intérprete/ Composição: Amy Winehouse.

Sussurro [11]

Ás de copas. Mais um jogo perdido.

À você que não conheço... (Ponderei.)

Ás de copas. Mais um jogo perdido.

À você que não conheço eu escrevi: sinto sua falta. (Rasguei.)

Francesca Martins.