segunda-feira, 30 de maio de 2011

Caça

o poeta vaga
                        às tontas
pelas ruas.
                        às tontas
procura
uma esquina.
o poeta,
peregrino da noite,
segue a estrela guia
a procura
de rastros de mistérios
do amor
na cidade
que esconde suas esquinas.
de caça
o poeta
se vê
caçador.
sabe ele:
a caça o espreita
naquela esquina. 
"Caça", de Marcelo Lavor.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vestido de vermelho

Me visto hoje de vermelho. 
Para as coisas que eu não posso explicar.
Para que a minha loucura vestida.
Choque mais que meu desnudar.

Me visto hoje de vermelho.
Quando não sei mais o que sou.
Quando quero acreditar.
Que mesmo onde a dor existe, a paixão persiste .

Me visto hoje de vermelho.
Para me ver sangrar, me embriagar.
E aceitar a loucura.
Que aceita aquele que escolher amar.

Me visto hoje de vermelho.
Para de vermelho sempre estar. 
Para o dia que frio eu for 

Amor sempre em mim, nunca lhe faltar.

"Vestido de vermelho", de Eduardo Araújo.

sábado, 14 de maio de 2011

Não-medo

Seu maior medo era o destemor que sentia. Íntegro, sem mágoas nem carências ou expectativas. Inteiro, sem memórias nem fantasias. Mesmo o não-medo sequer sentia, pois não-dar-certo era o natural das coisas serem, imodificáveis, irredutíveis a qualquer tipo de esforço.
Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Nó do tempo

03/08/10
A cada segundo, as contagens regridem 
Mas a saudade insiste em agredir o coração
Vida bruta a falta tua, suave é o teu soar
Querida é a tua conduta, amada és minha luta
Mantenho-me ombro alto e escudo rijo
Por que contigo já me considero vencedor.

Saudades meu amor, enormes.

"Nó do Tempo", de Pedro Xudré.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sussurro [8]



Morrer de amor é tornar-se eterno. 
Doce recordação. 
Imperecível.
Francesca Martins.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Avesso

saudade é fermento
que fervilha aqui dentro.
saudade vira
meu poema do avesso
e nem assim te esqueço.

não te esqueço 
pois
és o meu avesso
és o meu fim
o meu começo
simples assim,
pois
toda saudade
há de ter fim.
"Avesso", de Marcelo Lavor. 

Sussurro [7]

Ninguém pra amar, ninguém pra cuidar. Isso é ter liberdade?
Francesca Martins

Sussurro [6]

Eu não tenho medo de você. Tenho medo de mim.
Francesca Martins.