quinta-feira, 3 de março de 2011

Lábios que beijei

Lábios que eu beijei
Mãos que eu afaguei
Numa noite de luar, assim,
O mar na solidão bramia,
E o vento a soluçar pedia
Que fosses sincera para mim...
Nada tu ouviste
E, logo partiste,
Para os braços de outro amor
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou a estatua perenal da dor.

Passo os dias soluçando,
Com meu pinho,
Carpindo a minha dor sozinho,
sem esperança de vê-la jamais
Deus, tem compaixão deste infeliz
( Porque sofrer assim ? )
Compadecei-vos dos meus ais,

Tua imagem permanece, imaculada
Em minha retina cansada,
De chorar por teu amor,
Lábios que eu beijei,
Mãos que eu afaguei,
Volta,
Dá lenitivo à minha dor...

Música: Lábios que Beijei
Intérprete: Caetano Veloso
Composição: J. Cascata e Leonel Azevedo

2 comentários:

  1. "Viver no passado é uma ocupação tola e solitária; olhar para trás tensiona os músculos do pescoço, e faz com que você se encontre com pessoas que não estão no seu caminho." (Edna Ferber)

    Observe atentamente e com carinho o que está e quem está para você AGORA. Não se arrependerá... :)

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  2. Concordo em parte com Edna Ferber, viver no passado é uma ocupação tola e solitária... Porém é necessário ser avaliado o contexto.

    Mas, quanto a mim, não vivo o passado, vivo o meu presente. E, esse é o meu presente. Vivo a plenitude do sentimento, seja dor, seja alegria. Canto/escrevo/colo aqui retalhos do que sinto e não finjo! Pra quê calar a dor? Fingir... Mentir para si mesmo?! Não, eu não me engano mais... Como disse Maitê Proença: "Deixei de ser uma pessoa assustada e defendida, para aprender que não se morre de intensidade. Morre-se, ao contrário, pelo embrutecimento".

    Obrigada, Anônimo :) Mas tudo tem seu tempo e esse é o meu momento.

    Até breve.

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