quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Paisagem na janela

Para Pedro Xudré, meu amado amigo.
Decidi pintar um quadro. Uma tela rica; viva. Com todas as cores, alegrias e tristezas, espinhos, flores e bolhas translúcidas de sabão. Decidi compor um quadro, um quadro intangível feitos por minhas mãos. Sem pincel, sem tinta, sem tela. Que a tela seja a vida, as cores o que sinto. Minha essência. Tantos sonhos, tantas quimeras, primaveras. Não, não me acorde. Que o sonho seja realidade incontestável, e do sonho eu não venha a despertar. Decidi pintar um quadro, pois hoje o céu está azul, meu coração está alegre e a esperança é luminosa como o sol e seus reflexos de ouro. Respiro, sinto, toco a tela e percebo que antes de decidir pintar este quadro, ele já habitava minha mente, sendo assim, ele já existia antes mesmo de existir. Entende? Nem eu. É irracional, não necessita da razão para existir. O tempo passa, e o quadro é a obra completa esperando a completude, o por vir. O pincel corre sobre a tela, cora, brinca, ama, sussurra palavras de amor, palavras. E tudo veio a existência através da palavra: o sorriso, o gesto, o momento mais bonito foi desenhado por palavras. Estou alegre, mas a cor não é azul, é vermelho, vermelho-paixão. Estou apaixonada pelas cores, pelas flores, pelas alvoradas. Decidi pintar um quadro, para te mostrar com um sorriso de criança o que pintei pra ti. 
"Paisagem na Janela", de Francesca Martins.

2 comentários:

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  2. o amor é isso aí, abre portas, janelas, pernas, carteira, lascas de vidro, abre o sorriso, o abrigo, o sexto sentido.

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