sábado, 28 de agosto de 2010

Fúria amorosa

Aqueles beijos, não é possível que os gere duas vezes o mesmo lábio, porque onde nascem queimam, como certas plantas vorazes que passam deixando a terra maninha e estéril. Quando ela colou a sua boca na minha pareceu-me que todo o meu ser se difundia na ardente inspiração; senti fugir-me a vida, como o líquido de um vaso haurido em ávido e longo sorvo. Havia na fúria amorosa dessa mulher um quer que seja na rapacidade da fera.
Trecho do livro Lucíola, de José de Alencar.

Um comentário:

  1. Amo seu bom gosto tão quanto amo seu relicário, realmente um baú de raridades, a principal delas: você.

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