segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos,  
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas…
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram… choram…
Há crisântemos roxos que descoram…
Há murmúrios dolentes de segredos…

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!…
"Fumo", de Florbela Espanca.

Um comentário:

  1. Quero que me tragues!
    Por que me trago aqui de corpo e alma
    De coração embrulhado em papel crepom
    Não comum, mas bom e teu presente
    Ciente de que todo aconchego e chamego
    É merecer teu

    Te amo meu amor, meu presente.

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