O sino da igreja ressoa distante. O toque das Ave-Marias. Na parede, o ponteiro do relógio marca o silêncio. Marca em mim o entardecer do dia; o frio do inverno; a cama vazia; o vazio num quarto de hotel.
Ergo-me da cama, digo, ergo-me na cama, empilho as almofadas, três, encostei-me, heis-me a escrever. Deitei-me depois de almoço, agora acordo descansada; perdi a tarde. Há essa pausa que houve, um corte no dia: a manhã, não tarda... a noite. Para escrever um conto falta-me uma história para esta história de horas do dia, as avé-maria são orações breves, sucedem-se, a novena avança; dou por mim a ter memórias de criança. Apetece-me tomar um duche, digo, vou levantar-me e ir até à piscina aquecida, mergulhar o corpo todo, nadar. Algo que me irá fazer sair, dar braçadas, nadar. Nada, a ideia, mais nada. Prolongo um pouco mais a oração, três salvé-rainha, um último pai nosso!
O cenário, as circunstâncias, a concisão, o subentendido. Não precisa de mais pra ser completo, apesar de contraditório.
ResponderExcluirÓtimo!
Ergo-me da cama, digo, ergo-me na cama, empilho as almofadas, três, encostei-me, heis-me a escrever. Deitei-me depois de almoço, agora acordo descansada; perdi a tarde. Há essa pausa que houve, um corte no dia: a manhã, não tarda... a noite.
ResponderExcluirPara escrever um conto falta-me uma história para esta história de horas do dia, as avé-maria são orações breves, sucedem-se, a novena avança; dou por mim a ter memórias de criança.
Apetece-me tomar um duche, digo, vou levantar-me e ir até à piscina aquecida, mergulhar o corpo todo, nadar. Algo que me irá fazer sair, dar braçadas, nadar. Nada, a ideia, mais nada. Prolongo um pouco mais a oração, três salvé-rainha, um último pai nosso!