súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança- não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
"A Dança e a Alma", de Carlos Drummond de Andrade.
A disposição e a forma com que Drummond trata os textos me faz gostar mais, a cada dia, desse riquíssimo autor.
ResponderExcluirSou cativo do seu blog agora. De visita passo a cidadão, dessa cidade de poesia.
Beijos, continue assim.